Wednesday, September 27, 2006

Heelllppp!!!!!


Eu tinha que ter uma idéia magnífica para sair desse poço. Tudo bem, poço não, é exagero, mas não me vem a palavra agora, para sair dessa avaliação chata e de gente que em cinco minutos é capaz de transformar uma idéia que eu já tinha consolidada há tempos: a de perfil. Para mim, perfil era o lado da pessoa, ou seja se você está cara-a-cara com alguém, está de frente para ela, se o seu rosto está de lado para outro rosto, você está de perfil para a pessoa.
Aha! Ledo engano.

Perfil, atualmente é uma palavrinha que serve para resumir todas as suas características, estilo de vida, dons, vocação, etc, pois se não fosse isso, como é que uma pessoa poderia conversar com você e em cinco minutos dizer: pelo que eu vi, o seu perfil é para operações e não para eventos. Isso porque eu havia acabado de preencher um formulário em que tinha que me auto-avaliar dando notas para: timidez, trabalho em equipe, visão, ambição, ansiedade, persistência, racional, emocional, comunicação, iniciativa, entre outras. Cara, que vontade de colocar 0 e 1 em tudo, ou algo do tipo. Pelo menos alguém iria se divertir com aquilo, já que eu não estava me divertindo nem um pouco. Por exemplo, em visão deveria ter colocado ou zero, já que sou míope e não enxergo porra nenhuma sem óculos ou 2,25 que é o meu grau.

E como é que se dá nota para "emocional"? Mas não termina por aí. Tive que responder quais meus pontos fortes e quais qualidades a desenvolver. Neste último, o que você responderia, caro leitor?! Uma qualidade que você tem e que vai melhorar na empresa, ou uma qualidade que você não tem? Bom, se é uma qualidade que você não tem, "at all,” como você vai desenvolvê-la?

Além disso, o que pode ser qualidade para mim, pode ser defeito para outro, não? E é lógico que se eu tenho um grande defeito eu não vou dizê-lo num formulário de entrevista. Sou egoísta para caralho. Odeio que mexam nas minhas coisas. Prefiro trabalhar sozinha do que rodeada de toupeiras que só vão me atrapalhar... Depois disso colocaria na minha auto-avaliação no quesito trabalho em equipe: 3,0 (depende da equipe). Persistência: 5,0 depende da persistência em quê, não é mesmo? Não tenho a menor paciência para consertar coisas que homens adoram, como computador, eletrônicos, etc. Nesse quesito não sou nem um pouco persistente. E para abrir vidro de palmito então? Tento uma vez, se não abrir eu o coloco de novo no mesmo lugar para que ele fique esperando minha próxima “persistência”.

É por isso que tenho que ter uma idéia brilhante. Inventar algo para poder dar emprego para as pessoas que como eu estão atrás de um, mas que precisam ficar ouvindo essas baboseiras. Já que no final das contas o que prevalece mesmo é se o entrevistador foi ou não com sua cara.

Tuesday, September 26, 2006

Anosmia

Tentar fazer baixar uma inspiração de escritora, jornalista, seja lá o que for, nessas horas de obrigação de ter que ficar em casa, super comovida com tudo que está acontecendo, a alegria da vida que eu sempre tive e acho um pecado quem não a tem, vai embora de vez em quando, porque a vida nos prega essas?

Inveja, mal-olhado dos outros, acho que isso sempre estará na minha vida, é cada uma que pego, que vou te dizer uma coisa, como se não bastasse a asma que já aturo desde criança, três anos, as outras doenças quando vêm, chegam com tudo. Acabo de voltar de um médico, que me diz que agora eu tenho que evitar uma crise convulsiva, vai à merda, meu irmão, em todo o meu bom carioquês, não sei o que é isso e não quero nunca saber, só quero voltar a acordar sem a cabeça pesada, voltar a não ter pontada nenhuma, voltar a sentir cheiro das coisas, das flores que eu recebi, com tanto carinho, de pessoas que eu não esperava.

Acho que tava tudo muito bom para ser verdade, mas talvez esses momentos sejam necessários para descobrirmos o quanto os outros gostam da gente e se preocupam, o quanto é bom estar atoladíssimo sem nem tempo de curtir a casa. Nossa, como eu prefiro a vida atribulada, do que esse cansaço em fazer nada, esse é um dos piores castigos para mim.

Se alguém ou algo aconteceu para me deixar desse jeito, fez muito bem. Fico preocupada em ler, em ver tv, em ficar no computador e a minha cabeça voltar a doer. É tudo sempre um problema, a ginástica, compras que planejava, achar graça em tudo, nem isso tô conseguindo mais... que finalzinho de ano de merda...

*

O textozinho ai em cima, foi escrito no final de 2005 após um tombo que me causou um coágulo na cabeça e com ele dores incríveis e perda do olfato, dai o nome "Anosmia". Como o tombo foi numa festa e como eu gosto de uma cerveja a primeira coisa que tive que ficar aturando foram as piadinhas: bebeu todas né?! Aliás, as ouço até hoje. Eu desisti de falar que não tinha bebido horrores, até porque me recordo de tudo até a hora do tombo, lembro de eu falando com meu namorado, dando o endereço para ele de onde tinha que me buscar etc.

Veio o tombo, que até hoje não sei direito como foi, pois tive uma "breve amnésia". Não lembro de nada que aconteceu depois, de tão forte que foi a pancada. Acordei no dia seguinte surda de um ouvido e com muita dor de cabeça. Esperei uma semana e a dor foi ficando insuportável, até que fui parar no hospital onde o coágulo foi "descoberto".

Melhorei, voltei para casa, chegando aqui "discuti" com meu namorado sobre um strogonoff que ele dizia feder muito e eu dizendo que era frescura dele, que dava para comer. Passei a não sentir cheiro de outras coisas e demorou um pouco para me tocar que o strogonoff estava realmente fedendo e que era eu que não estava sentindo.

Já se passou quase um ano e não sinto nada ainda. Ele não deve voltar. Pelo menos foi o que os médicos disseram. Tentei até cirurgia espiritual, apesar de ser cética e nada. É, talvez tenha sido exatamente por isso, pelo fato de não acreditar em nada, que a cirurgia não tenha funcionado.

Tudo isso é para dizer que eu não sinto cheiro e tento levar isso numa boa, brinco comigo mesma e faço piadas com os outros, mesmo que várias vezes sinta muita saudade e passe por situações engraçadas.

Há um tempo fui numa loja daquelas de aromas para comprar um presente para minha avó, um aromatizador de ambiente que eu sabia que tinha um cheiro bom pois tinha comprado anteriormente para minha casa. A mulher queria porque queria que eu ficasse cheirando as milhões de coisas que ela tinha. E eu sem cheirar, levei o produto que queria. Ela não deve ter entendido nada...

Em Natal, numa loja de pimenta, lá veio a vendedora colocando-a no meu nariz. Pera ai um pouquinho, moça, é que eu não sinto cheiro.....Amorrrr!!! Vem aqui cheirar a pimenta. Mais uma que não deve ter entendido nada. E para tomar vinho? Eu vou direto na golada, nada de sentir o carvalho, o pimentão, a madeira, seja lá o que for. Perfumes? Eu vou continuar usando (para sempre) os que gostava antes de me tornar uma "anosmica". Coitado de quem tiver perto de mim se um dia eu esquecer o desodorante. Eu vou ficar numa boa...Como o meu namorado fica quando solta pum. Dessa parte ele gostou.

Por falar em gosto, eles mudaram também, mas ainda os sinto. Meu paladar está se adaptando às novidades. Sempre penso: poderia ter sido bem pior. Mas isso não adianta muito quando a saudade de aromas e sabores aperta. Bom, se eu tivesse escolha...

Monday, September 11, 2006

Dinâmica de grupo

Faz tempo que queria escrever sobre ela. Participei de mais de 20 e não passei em nenhuma. NE-NHU-MA!!!. Triste é o destino das pessoas que no final da faculdade saem da merda que é ser estagiário para então tentar ser o quê??? Hein, Hein??? Traineeee!!!! Conheço raríssimos casos de pessoas que conseguiram chegar lá sem o famoso: JABÁ!!!

Aliás, adoraria que alguém me explicasse a razão de 200, 300, 1000 pessoas de vários estados concorrerem a uma única, às vezes duas vagas, numa empresa? Aquelas maiores cuja sede é no Rio, em São Paulo, Curitiba, ou sei lá onde, teimam em abrir processo de seleção simplesmente para o país todo. Se a questão for estatística ou probabilidade, vai me dizer que em 50 pessoas não dá para achar uma que se enquadre à meleca do perfil que a empresa deseja? Precisa de mil para escolher apenas uma? A quantidade de dinheiro e tempo que se gasta fazendo dinâmicas de grupos, que duram meses, não tem sentido nenhum. Só pode ser um mercado macabro de psicólogos que querem ganhar dinheiro. Aliás eles são muito bons, pois convencem as empresas a lhe pagarem salários, salas, palestras, tudo para escolher um mísero ser humano, que com uma prova, uma entrevista, já daria para sentir se iria se adequar ou não ao tão sonhado perfil do lugar. Com um papo ou uma conversa mais longa com o aspirante a trainee estando sozinho, com certeza daria muito mais resultado e seria muito menos dispendioso do que estas dinâmicas.

Senão vejamos: se você fosse um animal, qual seria? E se fosse um objeto? Qual presente que você daria para o seu melhor amigo? Você gosta do seu nome? O que acha dele? Por que seus pais o deram?

Fiquem de olhos fechados em torno desta corda. Agora vocês têm que fazer um quadrado com a corda que seguram em mãos. Caaaara, é cada coisa absurda, pqp. Só hoje eu entendo porque nunca passei em nenhuma e nunca passaria. Eu até tentei de tudo: ser eu mesma, ser outra pessoa, ser um pouco um, um pouco outro. Mas hoje eu vejo que nada disso iria adiantar. Eu tinha uma raiva de ter que estar ali, fazendo coisas totalmente toscas e poderia fazer por quantos dias fossem, que nunca iriam ver quem realmente eu sou. Estou numa situação de competição, o que já não é normal, com um bando de gente elocubrando porque ou não eu pisquei, porque eu falei macaco ao invés de periquito. Sem querer ofender psicólogos, mas o que os faz pensar que, por exemplo, se na hora de dizer um bicho eu pensei em macaco e não em cachorro, eu sou egoísta e o filho da puta que pensou em cachorro é o legal?

Além disso eu tenho mais dois grandes defeitos: não consigo disfarçar nem que a vaca tussa, o que acho péssimo, pois se conseguisse talvez hoje fosse rica. Na verdade, admiro as pessoas que conseguem fazê-lo, pois elas falam o que tem que falar nas horas certas, mesmo sendo isto verdade ou não. São os famosos puxa-sacos. São aqueles que sabem jogar: fazem os laços de amizade e/ou interesse que têm que fazer nos momentos certos. Não é assim que são nossos políticos? Conhece algum pobre? Conhece algum autêntico?

Bom, mas voltando aos defeitos, como eu não consigo disfarçar eu deveria ficar com uma puta cara de cú, toda vez que o psicólogo fazia uma pergunta imbecil ou toda vez que alguém do meu grupo dava uma idéia idiota ou berrava para se sobressair na dinâmica enquanto eu me segurava muuuito para não dizer delicadamente: não fala merda...

Bom, este já é o meu segundo defeito, falta de paciência com gente que faz tudo para aparecer, na verdade falta de paciência em geral. Pelo menos para escrever, ela está me servindo, já que foi a inspiração do texto hoje.

Estou participando de um "treinamento" que vai durar duas semanas. Para minha sorte senta do meu lado, uma pirralha metida que não parava de falar um segundo sequer. Falava junto com o professor, com os outros "trainees". Fazia piadinha o tempo todo sem graaaaaça e advinha quem foi minha dupla? Em apenas 4 horas eu tive toda a lembrança das minhas dinâmicas de grupo pós-faculdade e eu achando que nunca mais iria precisar passar por algo parecido.

Para melhorar, no treinamento participam uma conhecida do dono da empresa e um grande amigo de um dos funcionários. Jabá, quê isso...É só eu continuar me controlando, bonitinha para não mandar minha nova amiguinha tomar no c...